terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Caminhar com é a única maneira de ser santificado, curado por Ele. Tomamos a forma das pessoas com quem nos relacionamos. Isso é afeiçoar, tomar as feições. Não caminhemos sozinhos nem com qualquer pessoa, pois corremos o risco de nos perdermos pelo caminho.
A vida é séria demais para brincarmos! Basta olhar à nossa volta e perceberemos quantos se perdem por ignorância da seriedade dessa experiência única.
Esse novo livro do Papa Bento XVI é uma oportunidade para conhecermos mais uma parte da infância de Jesus, de que a Bíblia não fala textualmente, mas insinua.
Ele nos convida para estarmos ao seu lado, todo o tempo, com os olhos fixos no céu, no coração os mandamentos, nos lábios a oração.
Vamos caminhar...

A Pequena Via
Você quer seguir a Pequena Via? Os pontos principais da espiritualidade são os seguintes:
Desça imediatamente do seu pedestal! Reconheça a sua pequenez. Aceite suas próprias limitações. Aceite-se como você é. Lembre-se de que você foi feito de barro. Veja o exemplo de Teresinha: "Sei sempre encontrar o meio de ser feliz e de aproveitar minhas misérias..." Lembre-se de que Deus o fez assim, fraco e pecador. Diante dele somos um nada. Dispa-se de toda a vaidade e orgulho. Saiba exatamente quantos passos suas pernas podem dar. Desça do pedestal de sua arrogância. Seja humilde. Você é incapaz de atingir a santidade sozinho. Coloque-se diante de Deus como você é e não como gostaria de ser."

quinta-feira, 29 de março de 2012

No dia de hoje, há onze anos perdi uma filha, aos cinco meses de gestação.  A dor e a saudade são grandes. A perda de um filho é sempre dolorosa... Sinto saudades do que não vivi com ela, os beijos que não dei, os abraços, os cheiros, os carinhos... Quanta dor por essa perda... Espero no céu, no nosso encontro matar toda a saudade que sinto por ela: Júlia!

Ela era só

Ela era só, apesar de cercada por tanta gente. Tinha pouco espaço para ser ela mesma no exercício da vida. Devido a tantas tarefas, tanta gente esperando  algo dela: uma ajuda, um cuidado, um carinho, um sorriso...., não tinha tempo para dedicar-se a ela mesma. Na verdade, gostaria de traçar outras linhas para os dias da semana. Começar com as linhas coloridas para dar mais brilho a cada manhã. Mas dedicar-se aos outros exige muito dela...  Precisa arranjar um tempo para si mesma, para estar com Deus, repensar a existência tão breve e ter tempo para corrigir os erros, rever as falhas,  ter com quem conversar, trocar eus, falar de si mesma e ouvir algo em troca. Quer dialogar, ouvir o parecer de um outro ser sobre seus olhares sobre o mundo, sobre os problemas vividos. Conversava muito com Deus, mas queria ouvir a voz de alguém como ela. Deus era grande demais. Pensou nisso e Deus, seu grande e único amigo,  ouviu e mostrou um lugar seguro para falar de si mesma e ouvir a voz de Deus, através de uma pessoa. Foi muito bom: falou, ouviu, chorou, sentiu a existência fluindo, percebeu que a vida  só é boa quando partilhada, pois assim não se sentia só. Ouvir a Palavra de Deus direcionada a ela, e com que carinho! E percebeu que não estava só no mundo, sabia que Ele, de vez em quando, dava o ar da graça sob a  aparência de um igual. E descobriu que Ele continua vindo às tardes se encontrar com seus amigos, como fazia no Paraíso, com Adão e Eva. Pensou então: Deus é tão bom que faz o Paraíso vir até nós!

quarta-feira, 21 de março de 2012

"Anota aí para seu futuro: desapegar das pessoas, se importar menos, não se abalar por nada nem ninguém. Correr atrás daquilo que faça seu coração vibrar, ficar perto de quem te quer bem. Correr atrás dos seus sonhos, se amar mais. Esquecer tudo aquilo que te faça mal”.

Caio Fernando Abreu
Eu sou assim, ou procuro ser assim na vida. Aprendi com Santa Terezinha e Santa Faustina. Deus é taõ importante que não tem lugar para mais afetos dominadores. Precisamos sim, amar a todos, sem discriminações, às vezes com muita misericórdia, mas sempre vendo Deus no irmão. 

segunda-feira, 19 de março de 2012

Felicidade

Dia extenso, cansativo, mas feliz! Trabalho pela manhã. Missa, em homenagem a São José, ao meio-dia. Trabalho, novamente, à tarde. Fim de tarde uma passada rápida em casa para ser família e, fechando a noite, trabalho até as 22h30. Mas, na Missa, me senti recuperada de toda a estafa da vida e da semana anterior difícil e decepcionante. São José me fez repousar em Deus. Senti sua presença e proteção. Obrigada, São José, por olhar para mim, com tanto amor. Isso me fez novamente feliz.

quinta-feira, 15 de março de 2012

O que é a tristeza senão a decepção a partir de uma expectativa? Mas por que criar expectativas sobre as pessoas, que são imperfeitas? Vamos aguardar os acontecimentos. Primeiro porque o tempo passa e não há melhor remédio do que o tempo que tudo cura, segundo porque a gente fica mais maduro e deixa de criar tantas expectativas sobre as pessoas e os acontecimentos. Peço a Deus que me ajude a atravessar o "vale escuro da morte". É claro que já atravessei outros e sobrevivi. Ontem pedi a Deus que me  colocasse no meu lugar e Ele atendeu: estou no chão.Pedi mas não estava preparada para viver esse acontecimento. Entrego a Deus essa  minha provação: ter sido condenada sem ter feito nada. Isso é muito duro. Mas quantos já sofreram isso? Não sou a primeira nem serei a última. Deus está ao meu lado, pois, apesar de tudo, sinto uma paz nunca sentida. Ele, que tudo provê, providenciará. Maria passará sempre na minha frente e São Miguel sempre me guiará.

domingo, 11 de março de 2012

Escrever


"Escrever é esquecer. A literatura é a maneira mais agradável de ignorar a vida. A música embala, as artes visuais animam, as artes vivas (como a dança e a arte de representar) entretêm. A primeira, porém, afasta-se da vida por fazer dela um sono; as segundas, contudo, não se afastam da vida - umas porque usam de fórmulas visíveis e portanto vitais, outras porque vivem da mesma vida humana. Não é o caso da literatura. Essa simula a vida. Um romance é uma história do que nunca foi e um drama é um romance dado sem narrativa. Um poema é a expressão de ideias ou de sentimentos em linguagem que ninguém emprega, pois que ninguém fala em verso."
Fernando Pessoa

Não extingais o Espírito

“Não extingais o Espírito”. 
(I Tessalonicenses 5,19).

Ao ver tantas mães abandonando seus filhos nas lixeiras da vida, fiquei pensando no porquê de tudo isso e me lembrei do vocativo usado por Jesus: “Geração perversa!”e tive pena dessas mulheres, que me levaram às mulheres chorosas que Jesus encontrou no caminho do Calvário, a quem Ele falou: “moradoras de Jerusalém, não chorem por mim. Chorem por vocês mesmas e pelos seus filhos. Porque dias chegarão quando dirão – ‘felizes as estéreis e as que não amamentaram!’ E pedirão às mon¬tanhas – ‘caiam sobre nós’ e aos montes – ‘cubram a gente.’ Porque se fazem isto quando a árvore está verde, que farão quando estiver seca?”
Meu Deus, os tempos são maus! Chamam essas pessoas de monstros, mas na verdade são vítimas de um trabalho árduo que está sendo desenvolvido há muito tempo na humanidade: a banalização da existência, da vida.
Quem, na verdade, deveria ser preso? Eles ensinam a jogar a vida fora, com a utilização de preservativos — cuja pedagogia é muito maior do que apenas preservar de doenças sexualmente transmissíveis —, pílulas do dia seguinte ( Essas também não descartam no lixo nossos filhos?) Quanta hipocrisia!!!
O relativismo, que procura promover o “paraíso” aqui na Terra, o imediatismo, onde eu tenho que viver o agora, sem pensar no depois, o prazer desenfreado, sem assumir as consequências.
Se não ensinarmos aos homens que o corpo é sagrado, pois Jesus, ao se fazer homem o sacralizou; que a vida neste mundo não é tudo e que o maior dom que recebemos de Deus é a vida eterna, não haverá solução para o mundo.
Eles se preocupam com animais em extinção, em limpeza do planeta, em catar latinhas, sacos plásticos… Quanta bobagem! Precisamos limpar nossas almas, aprender a dar valor ao que realmente tem valor, a viver com responsabilidade a nossa caminhada aqui na Terra.
Aí então, não veremos mais a vida como um castigo e sim como bênção; veremos, em cada criança, a visita de Deus; não nos entregaremos a qualquer relacionamento fortuito, descompromissado, que procura apenas o prazer no corpo do outro, como se este fosse um objeto.
Vivemos na superfície das coisas, acreditamos em qualquer coisas que nos dizem, mas não aprendemos a ler nas entrelinhas dos fatos.
Mas, como aos discípulos de Emaús, Jesus nos diz : “Como sois sem inteligencia e lentos para crer em tudo!”Lc24,25.
Deus está às portas … e nos questiona hoje, “Eis que ponho dois caminhos diante de vós: a morte ou a vida.”
Escolhe, pois, a vida”.

(Texto por Márcia Gonçalves)

Os problemas da linguagem

Atualmente  a linguagem encontra-se doente. Sua doença pode ser resumida em quatro: a doença da guerra(não escutar o que o inimigo diz), a crise (não dizer ao amigo o que fazer), a revolução (gritaria inarticulada) e a degeneração (repetição hipócrita).
Quando falamos, a  "linguagem compreende os atos de escutar e falar, de articular e repetir. Um grupo da fala saudável usa termos velhos para novos fatos (repetição), termos novos para velhos fatos (articulação), dirige-se a novas pessoas (falar) e inclui todo ouvinte que valha a pena (ouvir)." É falando e ouvindo que ar alargamos constantemente as fronteiras territoriais da linguagem. O nosso desejo é  poder falar com todos e escutar a todos, pois a repetição e a articulação da linguagem alargam constantemente suas fronteiras temporais. Gostaríamos de  um elo com todas as gerações, passadas e futuras.
No entanto esses quatro atos envolvem muitos riscos. E quase sempre malogram. A doença são essas quatro formas de malogro (a guerra, a revolução, a decadência e a crise). "Na guerra, pessoas que julgam que devem ser escutadas são excluídas; na crise, pessoas que querem escutar não são incluídas. Na revolução, ordens que esperam ser cumpridas são ridicularizadas; na degeneração, gritos que esperam ser compreendidos permanecem inaudíveis."
Agimos quase sempre assim: com surdez diante do inimigo, com mudez diante do amigo, com gritaria contra a velha articulação e estereotipagem da nova vida.
Mas, para toda doença existe remédio. Vejamos: para a guerra como surdez, e a paz como disposição para escutar, para a revolução como gritaria, e a ordem como capacidade de formular, para a crise como mudez, e o crédito como disposição de encarregar, e para a decadência como estereótipo, e o rejuvenescimento como nova representação.
Só assim seremos curados dos problemas da linguagem, que são apenas um sintoma do que ocorre no interior do homem. Sem saber se comunicar com Deus e, querendo e precisando dessa comunicação, não sabe se comunicar com os homens e aí começam todos os problemas que vemos na sociedade moderna.
 Baseado no estudo de "Origem da Linguagem", de Eugen Rosenstock Huessy

A difícil arte de conviver

É tão difícil conviver! A própria palavra explica: "viver com ". Muitos sobrevivem, fingem que vivem ao lado dos outros, mas na verdade, disfarçam. Eu quero ser eu mesma apesar de estar com pessoas diferentes de mim, que pensam, sentem, têm expectativas diversas da minha. Ser feliz é tão importante, mas é bom que todos sejam felizes. Peço a Deus que nos ajude na convivência!

Ler o mundo

Preciso ler, não sei viver sem ler. Ler o homem, o mundo, a própria relação do homem com o mundo. Pois, só a partir disso, me sinto viva. Gosto muito da música de Adriana Calcanhoto, que diz assim: " Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome..."
Viver conectada, antenada, refletindo cada passo, cada atitude. Não faço da minha vida, a música do Zeca Pagodinho: "Deixa a vida me levar..." Não, eu procuro levar a vida... Nunca só, sempre com o autor dela: Deus.

sábado, 10 de março de 2012

Solta o som

Na dança da vida, quero ouvir a música, quero saber o ritmo, quero inventar o meu estilo, quero escolher a roupa, quero saber o endereço da festa, quero escolher as companhias, quero estar lúcida. E, depois de tudo, quero fazer um balanço da festa. Porque viver é  importante, mas indispensável mesmo, é ter consciência da vida.
Gostei da dica e criei um blog: um lugar para ser, para refletir, para exorcizar. Já que a sociedade oprime tem que haver um lugar para o encontro, através das palavras, da reflexão. Quem quiser me acompanhar...
Solta o som aí, DJ!